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VOLTA À ESCOLA COM INDAGAÇÕES, PROBLEMAS E PROPOSTAS DE SOLUÇÕES.

Por Escola Parque

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Aprender conversando e buscando soluções para problemas reais da vida é interessante e até empolgante.

Patrícia Lins, nossa Diretora Pedagógica, está acompanhando, com atenção redobrada, o retorno dos alunos à escola. E nos dá o seu parecer: “Na volta às aulas, aqui no Rio, o calor do verão se mistura à empolgação dos alunos, que entram na escola ansiosos para encontrar novos colegas, novos professores, novos assuntos. A escola espera todos com alegria porque uma escola sem alunos é o lugar mais triste do mundo.”

Ela relembra que, nas férias, os alunos tiveram suas experiências, cresceram, amadureceram. “Provavelmente grudados em alguma ferramenta digital”, diz ela. E prossegue: “Os pais deles jamais tiveram tanta informação quando tinham a mesma idade que eles. No século 21, a mediação das crianças e jovens com a realidade é feita, principalmente, por meio  da tecnologia digital.” Patrícia percebe como essa geração se transforma em cada retorno à escola. “Atualmente, o estudante que, a cada ano, chega à escola é diferente dos anos passados, numa mudança cada vez mais rápida.”

Ela ainda aponta uma questão social grave: “Existem aqueles que nem acesso à escola têm, infelizmente, o que é uma tragédia para o país, que não forma mão de obra qualificada para o futuro.” Porém, ela  demonstra otimismo e esperança: “Contamos que, a partir de 2023, o Ministério da Educação seja vigilante, dinâmico e acredite que os países se desenvolvem com uma boa educação pública.”

Para ela, a tecnologia digital mudou o modo de viver, e a internet é uma ferramenta poderosa e divertida que “Entre muitas outras movimentações, leva a meninada a acessar o mundo inteiro, outros países e culturas, o que influencia a linguagem, a imaginação e a visão de mundo.” E pensa que o acesso digital leva a satisfazer diversas necessidades imediatamente, em qualquer tempo e lugar, permitindo acesso a todo o tipo de informação e de comunicação além de trabalho e lazer.

Ela comenta: “A escola tem aprendido muito e continua numa adaptação trabalhosa, porque é difícil competir com o mundo digital, que é variado e rápido, quando a construção de conhecimentos, na escola, exige tempo, paciência, persistência, concentração. Na sociedade de consumo, como transpor o desejo de consumir objetos concretos – tênis, camisetas, roupas, jogos – para o desejo de ter conhecimento?”

Essa é a questão para Patrícia Lins. Ela pensa que aprender depende de interesse pessoal, de necessidade, de construção da autonomia de pensamento, de concentração. “Mais do que convencer os alunos de que o conhecimento torna a vida atraente, é preciso instigar o interesse deles pelos assuntos, o que pode vir na forma de um problema que precisa de solução. Por exemplo, observar bem a sala de aula e pensar se haveria uma maneira melhor de dispor os móveis, que fosse mais prática, mais agradável.” Ela indica que essa proposta  poderia render uma boa aula de Matemática, porque exige medir o tamanho da sala e dos móveis, desenhar uma planta, discutir se realmente existe uma solução melhor. Assim, diz ela, a turma pode se dividir em grupos para realizar os projetos. Ao final, os grupos podem trabalhar juntando todas as ideias ou escolhendo aquela que acharem melhor.

Para Patrícia, os alunos podem participar de decisões na sala de aula, como: os horários, a limpeza, o embelezamento do espaço; tudo tem que ter argumentação lógica, com soluções escritas, desenhadas ou recortes e colagens, a partir de pesquisa. E com muita discussão. “Uma sala onde se aprende é muito barulhenta, porque existe troca de opinião e de saberes, mas os objetivos são definidos, e todos sabem o que estão fazendo e para quê.”

Outro assunto que Patrícia sugere como foco de discussões, agora na volta à escola, é a crise sanitária dos índios yanomamis. Ela afirma que as crianças certamente já ouviram e viram na TV. E que podem contar o que sabem e o que pensam. “O que é ser índio e por que agora são chamados de povos originários? São uma cultura diferente da nossa e não pior que a nossa. Eles têm outros saberes, outras maneiras de explicar o mundo. O que é cultura?  Havia povos originários vivendo no Rio de Janeiro, quando os portugueses chegaram. Onde estão? A cultura deles é ou era igual à dos yanomamis? É um ponto de partida para aprender História e Geografia, Ética, Filosofia etc etc. Será que esses povos usam algum tipo de Matemática, de contagem? O que podemos aprender com eles?”

Com essas conversas, ela observa que se obtém informação,  aprende-se  a refletir sobre diferenças, a buscar soluções para problemas e a participar e interferir nos destinos da sociedade.  

“Aprender conversando e raciocinando sobre os problemas reais da vida é interessante e até empolgante.”, ela ressalta. E sugere que pode ser uma das novidades que os alunos vão encontrar na escola no ano que começa.

E encerra, positiva: “Bom ano letivo para os alunos, professores e para todos os que trabalham na escola!”

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