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EDUCAÇÃO MORAL NÃO É MORALISTA

Por Escola Parque

 

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Em seu novo artigo, a nossa Diretora Pedagógica, Patrícia Lins, vem nos lembrar que a principal função da escola, no momento, é discutir moral e ética com os alunos, para ajudá-los no enfrentamento dos desafios de um mundo turbulento.

Ela ressalta, no entanto, que a civilização vive uma crise ética e moral. “As palavras ‘ética’ e ‘moral’ costumam ser usadas como sinônimos uma da outra”, diz Patrícia, “mas aqui preferimos usar a explicação que lemos numa entrevista do professor da matéria, na USP-SP, que propõe que a ética responde à pergunta ‘quem queremos ser?’ ou ‘que vida queremos ter?’. A moral responde a pergunta ‘como devo agir?’, que remete a regras e normas. Se a ética nos pergunta ‘quem queremos ser?’, não surpreende que estejamos numa crise ética.”

Ela afirma que estamos mergulhados numa mentalidade de consumo que hipervaloriza o indivíduo e os bens materiais. “Logo nós, diz Patrícia, “da espécie humana, animais gregários, que precisamos dos outros para existir, sentimos a falta dos outros em nossa vida para construir um mundo justo, que dê à vida sentido pleno, com quem nos afeta ou poderá afetar.”

Quem queremos ser, que vida queremos levar no mundo das tecnologias digitais que trouxeram rupturas em todas as instâncias? Patrícia Lins nos traz essas perguntas e alerta: “Da ciência ao divertimento, da inteligência à arte, surge uma nova realidade uma nova visão de mundo que aponta para uma mudança de era. No momento, estamos no tempo de transição, quando ainda não sabemos se a humanidade vai lutar para salvar o planeta ou se deixará acontecer uma extinção em massa da vida. E sabemos que sempre pode aparecer algum outro evento surpreendente.” Ela cita Antonio Gramsci, o filósofo italiano, que dizia que é no intervalo entre a morte do velho e o nascimento do novo que surgem os monstros.

“A crise ética tem consequências na moralidade”, continua Patrícia. Ela explica que se a moral responde a pergunta ‘como devo agir?’ e diz respeito a regras, a humanidade se sente sem referências em meio a tantas novidades. Assim, acaba desejando retornar no tempo, na ilusão de que algum dia, no passado, tudo foi mais fácil e menos complexo.

“Nosso país segue a tendência das crises”, prossegue Patrícia, “entre outras, um pastor, ex-ministro da Educação, foi preso porque fazia negócios escusos com colegas religiosos, dentro do próprio ministério.” Ela lamenta que aqueles que estudam, pesquisam, trabalham e passam a vida verdadeiramente educando alunos se vejam desrespeitados ao ver o cargo de ministro da Educação ocupado por cinco pessoas em 4 anos. “Todos com discursos que desqualificavam as instituições de educação – da escola às universidades – com afirmações mentirosas sobre ideologias de gênero e devassidões, mostrando ignorar a seriedade do que é educar e produzir conhecimento.’

Patrícia Lins deixa uma observação alarmante: “As crianças costumam pautar suas ações pelo que observam à sua volta. Se os adultos próximos mentem, agridem e roubam, elas interpretam que esses são comportamentos usuais, que é assim que as pessoas agem no mundo.” Nossa Diretora Pedagógica nos adverte: “Uma sociedade pode chegar a se portar como as crianças, mirando-se no exemplo de quem a lidera. “

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