Um dos principais objetivos da educação é a construção da autonomia, que significa pensar criticamente, ter opiniões próprias sobre a realidade e sobre as leis que regem a vida social. Para atingir esse objetivo, a Escola Parque propõe um longo caminho de aprendizagem, com reflexão sobre o conhecimento e a necessidade fundamental de normas para viver em sociedade.
É preciso refletir, discutir e responsabilizar quem transgride para que haja educação moral significativa, quando o aluno percebe a necessidade das normas de convívio, das regras e das leis.
Uma autoridade externa que impõe uma sanção sem discussão com os alunos esvazia a ideia da responsabilidade de quem praticou a ação inadequada. O sujeito autônomo é livre para pensar e agir, mas tem sempre a referência do grupo social em que se encontra imerso, porque autonomia não é individualismo ou egocentrismo. Pelo contrário, o sujeito autônomo pensa por conta própria, mas sempre leva em conta os pontos de vista dos outros. Tem que se responsabilizar por suas ações no Informe grupo social a que pertence e na sociedade mais ampla.
O pensamento de senso comum tende a estimular a heteronomia (que é o oposto da autonomia), porque acredita que basta a punição dada pela autoridade externa para que o aprendiz se eduque moralmente. Entretanto, o castigo rápido e fácil, sem proporcionar um tempo de reflexão consciente sobre os atos praticados, deixa escapar a oportunidade de o sujeito refletir sobre suas ações e possíveis reparações. A aprendizagem duradoura, construída de fato pelo sujeito, exige um percurso que o leva à consciência de sua responsabilidade e pertencimento a um grupo a quem deve satisfações e com quem troca opiniões.
A educação para a autonomia dá trabalho e exige paciência, empatia e estudo. Na Escola Parque, os alunos aprendem a aderir conscientemente à moral social, e as transgressões têm consequências que geram ações que atendem à manutenção do ambiente moral.