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ESCOLA É SEMPRE A MELHOR OPÇÃO PARA AS CRIANÇAS.

Por Escola Parque

Artigo por Patrícia Lins e Silva (“A ESCOLA É SEMPRE A MELHOR OPÇÃO PARA AS CRIANÇAS. Trocar opiniões, discutir saberes, conversar com os outros sobre a realidade são indispensáveis para a aprendizagem.")

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O tema foi colocado na mídia, nas conversas, até mesmo no Congresso Nacional. E a nossa Diretora Pedagógica Patrícia Lins traz a sua reflexão sobre a chamada homeschooling. Ela lembra que a modalidade não é nova. “Pais, morando em lugares muito afastados e sem acesso a escolas, providenciavam deveres e tarefas, que chegavam por correio, para educar os filhos”, diz ela. Porém, ela ressalta que era uma situação excepcional, nunca ideal. E que, agora, infelizmente, a tendência chega a nós como opção de manter as crianças em casa, em vez de cursar as escolas públicas ou particulares. Segundo Patrícia, essa tendência prejudica as crianças e as próprias famílias.

A maioria dos pais não sabe que o desenvolvimento das crianças, na escola, é mais eficiente exatamente porque estão na companhia de outras crianças”, ela afirma. E aponta que a aprendizagem se desenvolve mais e melhor na troca com os outros.

Patrícia prossegue sua análise: “Os educadores profissionais estudam, preparam-se  e  dedicam-se a educar crianças. É necessário compromisso, tempo e investimento durante a maior parte do dia. Homeschooling não é ensino à distância. Não bastam o tempo, a Internet, acesso a um computador, uma impressora e materiais básicos em casa. Qualquer escolaridade requer muito mais do que isso.” Ela adverte que os pais raramente estão preparados para essa tarefa que exige muito esforço, com dedicação em tempo integral, e que deixa muito pouco tempo para o lazer. Eles precisam avaliar se essa é a solução correta. Ou se, talvez, eles queiram mesmo que os filhos tenham apenas a sua visão de mundo.

“Na maioria dos casos de homeschooling”, nos diz Patrícia, “as crianças acabam prejudicadas pela ausência de educadores qualificados e também pela falta de oportunidades reais para desenvolver sua vida social. Ela reforça que, para esses alunos de comunicação não verbal, a falta de interação social só vai aumentar o isolamento. “As crianças só interagem com os pais ou com quem lidera a aprendizagem, ou pelas redes sociais, e-mail e, talvez, videoconferências, o que não promove uma socialização ampla.”

Patrícia prossegue afirmando que “A convivência diária com outras crianças, na escola, desenvolve habilidades sociais, e os alunos entendem a necessidade de normas de convivência, pois estão expostos a diversos tipos de pessoas, culturas, crenças e opiniões.” E que experimentar as diferenças é uma das inúmeras vantagens de frequentar a escola. É estranho que seja, exatamente, essa a causa de muitos pais preferirem manter os filhos afastados da escola. Assim, continua ela, “limitar o conhecimento de uma realidade mais abrangente e evitar o contato com ideias diferentes daquelas a que têm acesso no seu círculo familiar.”

Patrícia reafirma que a exposição a outras perspectivas, ideias e culturas, além da convivência com colegas de diversas origens e crenças pessoais ampliam a capacidade de refletir, de discutir e de se comunicar, adequadamente, com diferentes grupos de pessoas. “Quanto mais contato com conhecimentos e experiências originais e novas, mais se desenvolve o pensamento e a inteligência.” Aqui ela faz uma séria advertência: “Quando se limita a curiosidade e a capacidade de descobrir coisas, quem perde é a humanidade.”

“Nas escolas, nos afirma Patrícia, existem currículos que os professores seguem, gerenciando o tempo, a dificuldade e a quantidade de conteúdo. É claro que todos os tipos de estrutura podem ser praticados em casa, mas o fato é que os professores reais em escolas reais foram preparados para saber acompanhar a aprendizagem”. E, segundo ela, em casa, os pais decidem o que ensinar, escolhem quanto, quando e como vão abordar certos temas. E lembra que eles não têm nenhuma experiência de ensino, portanto, muitas vezes, não percebem os ritmos da aprendizagem da criança, afetando negativamente seu progresso e o desenvolvimento de habilidades mais avançadas. O aluno se sente, constantemente, controlado e nunca sabe até onde deseja realmente aprofundar certos temas e pode acabar desinteressado da aprendizagem.

Outro aspecto abordado por Patrícia Lins é a dificuldade econômica de se montar um laboratório, equipar a casa de equipamentos importantes para o desenvolvimento das aulas e experiências e, mais que tudo, a falta de uma supervisão técnica e especializada de orientadores, psicólogos, coordenadores e assistentes sociais junto ao aluno. De acordo com ela, são esses profissionais que estão sempre atentos às pequenas mudanças de comportamento das crianças que possam por situações de abuso que precisam ser investigadas para a sua proteção.

Enfim, nossa Diretora Pedagógica reflete ainda sobre a importância de estabelecer a troca de opiniões e saberes, além da convivência em grupo. “O grupo é fundamental para o desenvolvimento cognitivo, para instigar o interesse e para buscar solução para problemas. A convivência diária com os paresnum ambiente do mundo real preparado especialmente para receber as novas gerações, é base estruturante do desenvolvimento das crianças e jovens.”

E nos deixa um último recado: que a escola ainda é o melhor lugar para se aprender sobre a humanidade, a civilização, a convivência, a empatia, os outros, a liberdade e a justiça.

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