Um vírus que não percebe muros, fronteiras, paredes, etnia, classe transformou a rotina da humanidade.
Sem poder sair de casa, um dos desafios que se coloca para todo o mundo é a questão da Educação das crianças e jovens.
Não é possível imitar ou reproduzir a escola presencial nas plataformas online. A dinâmica é outra, a começar pelo fato de não haver contato físico. Quanto mais jovem a criança, mais importante é a sensação do olhar, do cheiro, da voz, do tato. Mas, no nosso caso, os fatos são poderosos a ponto de obrigar a uma mudança radical de vida. Será preciso se adaptar e insistir para chegar ao melhor modo de apoiar o desenvolvimento cognitivo das crianças, que é o que importa. Começar a aventura de investigar o mundo com o apoio de quem sabe nos orientar é muito encorajante.
Todos, adultos e crianças, estamos passando pela mesma adaptação. Passar da escola presencial para uma escola virtual exige esforço dos pais, professores e crianças. Principalmente das crianças pequenas que não têm autonomia para lidar sozinhas com essa relação de aprendizagem online.
É preciso respeitar o tempo limitado de atenção e concentração dos pequenos, mas ajudando-os a voltar à tarefa proposta. Não aguentam um tempo de 4/5 horas na frente de uma pessoa, muito menos de uma tela.
É bom assistir ao vídeo da professora várias vezes, durante o dia. Não apenas as crianças gostam da repetição, porque a cada vez entendem mais, como apreciam a memória do afeto.
As contribuições das famílias são muito úteis para a Escola corrigir percursos.
Vamos ensinar e aprender muito nesses tempos conturbados.
Artigo de Patrícia Konder Lins e Silva, pedagoga e diretora da Escola Parque.