As realizações de nossos filhos nos enchem de orgulho e nos deixam embevecidos. Os primeiros passos, os primeiros desenhos, a invenção de engenhocas inúteis, as conversas, o campeonato de natação, o elogio da professora, uma boa nota, tudo confirma que criamos um ser maravilhoso e que é capaz de tudo. E é verdade, nossos filhos são maravilhosos e podem conquistar tudo. Mas, como nada é simples, é preciso incentivar o desenvolvimento dessa pessoa querida.
Nossos filhos nascem inteligentes porque são humanos, mas a inteligência não vem pronta e não é dada inteiramente pela genética. Ela se constrói desde o nascimento, desenvolvendo-se com as experiências e desafios a que a criança é exposta durante seu crescimento. Um ambiente com experiências estimulantes, que favorecem e motivam a interação com a realidade, tem mais chance de desenvolver a inteligência da criança do que um entorno com poucos e parcos estímulos.
Além das circunstâncias, favoráveis ou não, em que a criança cresce, a curiosidade, o empenho, o interesse e a coragem de raciocinar fazem diferença na aprendizagem. Contar com o ‘dom’ da inteligência é um alicerce frágil. É mais confiável recorrer ao esforço e ao interesse para tentar compreender algum fenômeno, tema ou problema. Uma criança valorizada porque é ‘muito inteligente’ pode criar uma expectativa de si mesma que, quando não realizada – porque errou – pode trazer grande decepção. Ao errar, ela é capaz de imaginar que ‘deixou de ser inteligente’ e fantasiar o erro como um fracasso irrecuperável.
Porém, se a criança é valorizada pelo seu trabalho e persistência, ela acredita que pode recomeçar a enfrentar a questão para conseguir outro resultado, porque o erro é parte do esforço de aprender, não é falta de inteligência.
Apreciar a coragem de a criança pensar e arriscar raciocínios na busca de soluções, louvar o seu engajamento e a sua persistência são atitudes que a deixam segura para enfrentar as aprendizagens e resolver os problemas que encontrar pela vida afora.