Artigo por Patrícia Lins e Silva (“O MENOSCABO PELA EDUCAÇÃO. Quem reconhece a importância da Educação só não perde o ânimo porque acredita que vale a pena investir nas crianças e jovens. Vale a pena esperançar.")
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Mais uma vez, nossa Diretora Pedagógica Patrícia Lins vem expressar sua impaciência em relação à forma com que a Educação vem sendo conduzida no país. Segundo ela, “quem reconhece a importância da Educação só não perde o ânimo porque acredita que vale a pena investir nas crianças e jovens”. Para ela, sempre vale a pena ter esperança.
Um dos fatores mais importantes para a prosperidade de um país, para Patrícia, é a Educação. Ela afirma: “E não é apenas o acesso de todas as crianças e jovens a qualquer Educação, mas a uma Educação de qualidade, uma Educação que aprimore o pensamento crítico, que instigue o pensamento inovador.” Patrícia pensa que apenas pregar a transmissão de um amontoado de conteúdos descontextualizados sem possibilidade de questionamentos é um modo obsoleto de pensar a Educação. E aponta: “Algumas manifestações dos 4 últimos Ministros da Educação e seus apaniguados, até agora, só mostraram uma visão medíocre e antiquada de escola.”
Ela também aponta que o problema é antigo. “No Brasil, infelizmente, a Educação não é considerada um fator primordial para o país, já que a população aceita escolas sem infraestrutura adequada e uma Educação Pública cuja qualidade deixa a desejar, sem manifestar indignação.” Mas ela reconhece que, nos últimos anos, a Educação vem sendo ainda mais prejudicada, porque está entregue a pessoas despreparadas para um cargo que ela considera da maior importância.
“A desvalorização da Educação começa pelo Presidente da República, que parece não fazer ideia de sua importância no desenvolvimento de uma nação.” - afirma Patrícia. Para ela, a Educação parece ser encarada como inimiga. E mais: como um ente estranho a ser desmontado, porque esse governo desconhece o que é conhecimento, pensamento, pesquisa ou necessidade de pensamento inovador. “Ou quem sabe – diz ela - é doloso e tratar da (des)Educação é uma arma política.” Para a nossa Diretora Pedagógica, quanto menos se sabe, menos se é capaz de questionar. E ela percebe que, com a acusação oca e inverídica de uma guerra cultural nas instituições que tratam de educação e cultura, ciência e tecnologia, está havendo um desmanche delas, iniciado com a sua direção sendo entregue a pessoas ineptas para os cargos. “É como um ressentimento de quem se sabe despreparado e necessita desqualificar quem possui vida intelectual intensa, fruto de estudo e trabalho.”
Patrícia faz outra denúncia: “O MEC vem sendo desmontado desde o começo do governo, com a pasta entregue a uma série de pessoas visivelmente inadequadas para o cargo. Um discurso tolo de combate a um “marxismo cultural”, um ente fantasioso, que parece provir da mesma fonte de ressentimentos, com desinformação e insultos contra professores, pesquisadores e autoridades nacionais e internacionais, procurando instalar um clima de desconfiança, desarticulação e incivilidade.”
E ela ainda aponta mais um descalabro. Segundo ela, as manifestações de ideias preconceituosas inaceitáveis para quem lidera a educação no país e menospreza a importância da aprovação do novo Fundeb no Congresso, o ministério priorizou a discussão do homeschooling, embora a grande maioria dos educadores reconheça como prejudicial para a educação de crianças. “A atuação do MEC na pandemia foi desastrosa, não viabilizou a educação remota, sempre mais preocupado em demolir as instituições que cuidam da pesquisa e ciência no Brasil.” afirma Patrícia.
E continua: “Agora, diante da surpreendente revelação da existência de um grupo sem vínculo oficial que trabalhava dentro do Ministério, gastando o dinheiro público de modo dúbio e funcionando como um gabinete paralelo para favorecer grupos religiosos, o ministro desistiu do cargo.” Mas, o que espanta Patrícia é que a população não mostrou indignação, o que para ela é um grave indício de que, infelizmente, nos acostumamos a ser tratados com desrespeito.
Como ela ressalta: “Assistimos ao Ministério da Educação ter tão pouca importância quanto o Ministério da Saúde, pilares fundamentais de uma nação, liderados por pessoas despreparadas, a servir a projetos pessoais de quem se encontra no poder”.
A Educação do país, para Patrícia Lins, nunca foi tão maltratada quanto nos últimos anos. Segundo ela, a ignorância se tornou motivo de orgulho dos poderosos e de quem usa o dinheiro público em nome da religiosidade, em um país que se diz laico.
E encerra com um resto de otimismo: “Quem reconhece a importância da Educação e trabalha cotidianamente, para que as novas gerações construam um mundo melhor e mais justo, só não perde o ânimo porque acredita que, contra tudo e todos, vale a pena investir nas crianças e jovens”. Para Patrícia, vale a pena esperançar.